Não é segredo para ninguém que a indústria da moda é das mais poluentes.
Na verdade, ninguém sabe ao certo quanto, pois existem uma série de estatísticas diferentes, dada a complexidade da cadeia de valor desta indústria. Mas é aceite genericamente que o seu impacte é muito elevado.
Por isso, pretende-se que a roupa tenha etiquetas semelhantes às de alguns alimentos, com uma escala de verde a vermelho, de mais sustentável a menos sustentável. O objetivo? Dar informação aos consumidores para poderem comprar de forma mais responsável, facilmente.
Estas etiquetas serão o resultado de uma estratégia europeia em matéria de têxteis sustentáveis que, de acordo com o site oficial da Comissão Europeia:
“… contribuirá para a transição da UE para uma economia circular com um impacto neutro no clima na qual os produtos sejam concebidos para serem duradouros, reutilizáveis, reparáveis, recicláveis e eficientes do ponto de vista energético.”
Parece uma boa medida… Mas, este tema está longe de ser consensual, por causa da forma de medição que está a ser proposta.
A campanha Make the Label Count foi criada por organismos da indústria têxtil e indica que o modelo proposto ignora impactes ambientais críticos e não reflete os objetivos de circularidade e sustentabilidade da própria União Europeia. Por exemplo, neste momento iria colocar fibras sintéticas, como as de origem em combustíveis fósseis, como sendo mais sustentáveis, em relação a fibras naturais.
Independentemente de quem tem razão, isto só nos mostra que este não é um assunto simples.
E que ainda irá correr muita tinta, até que a indústria tenha orientações e obrigações concretas. Resta-nos ir navegando por entre a muita informação que existe, e tentar fazer melhores escolhas.
Fontes: