O Planetiers World Gathering 2020 é um grande evento de inovação em sustentabilidade juntando, num mesmo sítio, pessoas, projetos e instituições, que estão a trabalhar para um mundo mais sustentável, cruzando vários setores e indústrias.

O contexto dos dias de hoje, COVID-19, fez com que a conferência, de outubro de 2020, fosse um misto de apresentações presenciais e virtuais. Mas, ainda assim, permitiu que pessoas muito importantes da área da sustentabilidade, em vários pontos do globo, se reunissem e discutissem, por 2 dias, assuntos que interessam a todos.

Todos os intervenientes têm diferentes mensagens, que querem passar e discutir.

No entanto há pontos e ideias-chave que são comuns a todos, e com que todos concordam. São essas as ideias que queremos partilhar neste artigo. Para quem foi, é uma espécie de resumo do que por lá se ouviu. Para quem não foi, ficam os grandes temas da sustentabilidade a nível mundial.

É unanimemente aceite que tem que haver uma profunda mudança no funcionamento do mercado.

O Green Deal Europeu poderá ser a alavanca para esta mudança de paradigma, porque se trata de uma quantidade gigante de dinheiro. Este será encaminhado apenas para os intervenientes, nos vários setores e indústrias, que estão a trabalhar a sustentabilidade, em todos os países da União Europeia.

Estas ações são levadas a cabo por indivíduos, empresas e instituições e o sentimento é de que, no momento Presente, é preciso assumirmos a Responsabilidade do tema, no momento de Transição será necessária muita Resiliência e o Futuro será Regenerativo.

Um dos maiores obstáculos a um mundo mais sustentável é o facto da economia estar focada apenas no PIB.

A economia precisa de informação extra-financeira e de informações do impacto social e ambiental das empresas. Para isso,, é fundamental deixar de atribuir prémios de liderança a pessoas e projetos que, na realidade, têm um impacto ambiental e social negativo.

Partilha de slides na Planetiers 2020

Uma das frases mais impactante para mim, durante estes dias de discussão, foi que a palavra do séc. XX foi Consumo, e que a palavra do séc XXI é Cuidar.

É neste cuidar que as lideranças se devem focar para a mudança de paradigma. Focar no empoderamento dos colaboradores, na comunidade e nas atividades regenerativas que o seu negócio possa empreender. Atividades que repõem recursos, em lugar de apenas os extrair, que geram equilíbrio dos sistemas e que os considerem de forma holística.

Para ajudar as empresas a mudar o paradigma devemos também agir enquanto consumidores.

O consumidor tem a obrigação de reclamar sempre que sentir que é necessário, fazer críticas construtivas e exigir responsabilidade a quem gere recursos, tanto a nível privado como a nível público. O sistema financeiro está obrigatoriamente implicado nesta mudança, que é urgente e necessária, encaminhando o dinheiro para os sítios certos. Ou seja, apostando e financiando os projetos que trabalham em prol da sustentabilidade e de uma economia regenerativa, e deixando de financiar os modelos degenerativos. Modelos estes baseados apenas no lucro conseguido à base da extração de recursos, que vigoram desde 1950 e nos trouxeram ao atual estado em termos climáticos.

Neste momento já não temos que ser neutros em termos de carbono.

As emissões de CO2 aumentaram de tal forma que os objetivos do acordo de Paris já não são alcançáveis, a não ser que nos tornemos negativos em termos de emissões de carbono. Por isso os bancos têm que investir nos negócios que estejam alinhados com este objectivo.

O Green Deal é fundamental para a mudança de paradigma. Mas não valerá de nada se continuarmos a apoiar os atuais métodos de produção, como a produção intensiva de leite, carne e cereais que, atualmente, são altamente subsidiadas pelas instituições da UE.

Na ótica do investimento sustentável, começam já a aparecer plataformas e instituições que se dedicam a este tema.

Tal como a Go Parity, onde cada pessoa pode investir as suas poupanças em projetos sustentáveis, escolhendo-os e acompanhando o seu desenvolvimento. Esta é uma decisão importante, pois quando as nossas poupanças são investidas pelas instituições bancárias, a maioria dos investimentos são feitos em projetos que atuam no antigo paradigma e, de uma forma indirecta, continuamos a prolongar este tipo de atividades.

Para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável precisamos de:

  • trabalhar em conjunto (ser um movimento global)
  • atuar localmente
  • envolver academia, sociedade civil, governos e empresas
  • usar tecnologia que já existe e massificá-la
  • envolver todos os sectores e indústrias
  • envolver todos os extratos da sociedade, desde os indivíduos aos governos

As alterações a fazer são muito mais de cariz social, cultural e de forma de pensar do que tecnológicas.

Os comportamentos mudam com a vontade dos consumidores mas, acima de tudo, forçados pela legislação e pelas ofertas de produtores e distribuidores. Como, por exemplo, produtos sem microplásticos, roupas sem plástico, embalagens sem plástico, produtos e embalagens desenhados para a reutilização e circularidade, inibição de ofertas descartáveis, etc.

Por fim, gostava de deixar algumas frases que marcaram estes 2 dias e que mostram o caminho a seguir.

“The past is to be learned, The future is to be thought of, The present is to ACT”

“No matter what the question is, the answer is community”

“Ethics: How do you deal with your clients? Do you use them, or do you serve them?”

Em tradução livre:
O passado é para ser aprendido, O futuro para ser pensado, O presente para AGIR
Não importa qual a questão, a resposta é comunidade
Ética: Como lida com os seus Clientes? Usa-os ou serve-os?

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