A Marta é jornalista e escreve sobre sustentabilidade, entre outros temas. Descobrimo-la por causa da Peggada, o projeto que criou com outras pessoas inquietas com o mundo à sua volta. Esta espécie de portal da sustentabilidade quer dar a conhecer o melhor que se faz por cá nesta área e, suspeitamos, vai dar cartas.
Recentemente foi Mãe e, aos temas do costume, juntou a maternidade sustentável e, acima de tudo, descomplicada. Seguir as partilhas dela no Instagram é despertar para assuntos sérios, de forma leve.
Obrigada Marta por teres “roubado um tempo ao teu Zé” para nos escreveres esta estória!
Nunca gostei de me vestir igual aos outros. Em adolescente, tentei fugir às calças da Resina, aos chapéus da Fubu e encontrei refúgio nas lojas de roupa indiana que encontrava quando ia à cidade.
Menina do campo, quero é calças de elástico, chinelos que sejam fáceis de descalçar e tshirts que não me incomodem se tiver que me deitar na relva. Mas também gosto de um bom vestido, daqueles que vestes e fazes a festa.



Talvez por isso comecei a comprar em segunda mão. Normalmente, as peças são de tamanhos grandes e, muito importante, únicas.
A este gosto pela diferença juntou-se mais tarde uma preocupação com a minha pegada neste mundo e percebi que comprar novo não faz sentido com tanta roupa incrível a circular. Foi aí que comecei a comprar quase em exclusivo em feiras ou lojas de roupa em segunda mão, ou a participar em trocas de roupa que não envolvam dinheiro mas sim a partilha entre quem tem roupa fixe, só que já não é fixe naquele armário.
Não digo que bani por completo o fast fashion, até porque, infelizmente, as peças mais básicas são difíceis de encontrar em segunda mão, mas esse é o último recurso. E posso dizer que já fiz vários brilharetes em casamentos com vestidos de 5€ comprados na feira da Ladra.
Agora, o meu bebé Zé veste segunda mão em exclusivo também.
Não porque quer ser diferente, mas porque parece alimentado a adubo e ninguém quer gastar dinheiro em roupas para vestir durante uma semana. Abençoadas amigas com filhos mais velhos 🙂
Quando não ando a fuçar em pilhas de roupa com belos padrões, escrevo na Magg, inclusive sobre a luta contra o fast fashion, e na Peggada, um site onde, além de lojas em segunda mão, encontras todos os negócios para fazeres deste mundo um sítio melhor.
Marta Cerqueira, Peggada