A Marta tem uma energia contagiante. A primeira vez que a ouvimos falar foi numa feira online, na qual também participámos. E a paixão dela com o que estava a partilhar saltava pelo ecrã, e fazia-nos vibrar.
É a fundadora da Green Vibe, um movimento e loja online que incentiva à redução do desperdício no dia a dia. Além disso, organiza Mercados de Trocas mensais no Algarve, que brevemente se irão espalhar por todo o país.

Segundo ela mesma, é uma apaixonada pela vida (e nota-se!), adora fazer caminhadas pela natureza, fotografar lugares abandonados, ler livros e comer waffles e nachos.
É muito ativa no Instagram, tendo criado a rubrica de lives Eco Badass Girls, na qual conversa com mulheres que têm em comum a luta por um mundo mais sustentável e equilibrado.
Obrigada Marta, pelo teu testemunho e pela tua energia!
Tudo começou quando abri o meu roupeiro e tinha uma blusa ainda com etiqueta. Tinha comprado há cerca de um ano nos saldos e ainda não tinha usado. Disse para mim mesma “Chega de compras por impulso”.
Nesta altura já vendia objetos na feira das velharias de Almancil e sempre que ia dar um passeio, pelas bancas vizinhas, ficava deslumbrada com a possibilidade de comprar roupa por um preço bem mais acessível, de maior qualidade e ainda por cima diferente do que as outras pessoas vestiam. Sempre fui apaixonada por tudo o que é vintage, é como mergulhar noutra era, com padrões originais e bonitos e um design alternativo e criativo.
Isto foi há 17 anos atrás, e embora nessa altura já usasse sacos de pano reutilizáveis, evitasse descartáveis e fosse vegetariana, a minha consciência ambiental era muito menor que atualmente.

Hoje em dia 95% da minha roupa é em segunda mão, comprada principalmente em países como Holanda, Inglaterra e Estados Unidos, onde a segunda mão está melhor difundida e encontramos peças únicas em ótimo estado, a preços reduzidos.
Desde que organizamos os Mercados de Trocas, já lá vai um ano, que praticamente não compro vestuário, apenas troco nos mercados.
Penso que ainda temos uma longa jornada a percorrer com a Segunda Mão em Portugal, ainda é vista como algo sujo e com buracos e que é apenas para pessoas com carência financeira. Há que quebrar estas crenças enraizadas e entender que a Segunda Mão é algo fabuloso, que lavamos e está pronto a ser reutilizado, que combate a problemática do Fast Fashion, que nos faz poupar imenso dinheiro e que o planeta tanto agradece pois não estando a produzir novo, não gastamos recursos naturais.
Lojas como a reCloset são fundamentais para quebrar estas crenças e para darem a oportunidade de uma nova vida a cada peça!
Marta Coelho, Green Vibe