Os conceitos de obsolescência programada e percebida estão geralmente associados a produtos de eletrónica, como eletrodomésticos ou tecnologia de consumo. Mas também se aplicam à moda.

Como surgiram os conceitos de obsolescência programada e percebida?

Nos anos 20 do século passado, o CEO da General Motors teve a ideia de tornar os seus carros obsoletos de propósito. A indústria estava estagnada, os americanos compravam um carro para a vida, e não havia forma de crescer assim. Por isso, começaram a estudar como poderiam “vender” o carro como uma expressão de estilo de vida ou personalidade. E não somente como um meio que leva as pessoas do ponto A ao ponto B.

Os críticos a este novo paradigma industrial chamaram-lhe obsolescência programada.

Ao fazer os consumidores acreditarem que precisavam de algo, que na verdade não precisavam, aliado à facilidade de crédito ao consumo, fez a indústria crescer de forma exponencial. E as outras indústrias em breve seguiram o exemplo.

É a forma da indústria se alimentar a si mesma, vendendo muito mais do que o estritamente necessário.

Obsolescência programada

Nos dias de hoje, e aplicando à indústria da moda, a obsolescência programada é o processo segundo o qual as peças são concebidas para durarem um determinado período de tempo. Que nunca é longo. Isto é especialmente verdade na fast fashion, cujas peças são desenvolvidas tendo isso em mente.

Por exemplo, o tecido é produzido de forma a resistir um número determinado de utilizações e lavagens. Passado esse número, começa a degradar-se. E quem diz tecido, diz as linhas, os botões, os fechos, etc. Quem nunca estreou uma peça de fast fashion e teve o botão a cair no mesmo dia?

Obsolescência percebida

Aqui já falamos de apelar ao consumo pela criação de tendências constante.

O tempo da coleção primavera/verão e outono/inverno já passou há tempo. Hoje em dia, há mini-coleções a serem lançadas de forma constante, por vezes semanalmente. E em cada uma surge uma nova tendência ou cor, sem a qual “não podemos viver”.

O lançamento de coleções sucessivas mexe com a cabeça do consumidor, fazendo-o sentir sempre fora de moda. Algo que é facilmente ultrapassável comprando as peças da nova tendência. E comprando, e comprando…

Não podemos mudar a indústria da moda de um dia para o outro.

Mas podemos mudar o nosso comportamento, tomando consciência do que é feito. E tentando fazer melhores escolhas para o nosso roupeiro.

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