O meu filho é um dos impulsionadores de algumas das medidas, a que chamamos sustentáveis, cá em casa. Falamos muito sobre o tema e é algo que percebo que lhe interessa. E para o qual tem uma sensibilidade apurada.
É o género de puto que, nos restaurantes, pergunta se a água vem em garrafas de plástico ou vidro.
Se for em garrafa de plástico, pede só um copo de água. No outro dia, quando estava a preparar-se para o banho, ficou a olhar muito tento para a torneira, que corria água enquanto aquecia. Virou-se para mim e disse: “Podíamos começar a aproveitar esta água, Mãe. É um desperdicio ser deitada fora.” Já muitas vezes tinha lido e ouvido essa dica, mas a verdade é que, por preguiça ou por outra razão qualquer, ainda não tinha feito nada a respeito do assunto. Mas a insistência dele, durante o duche, e ainda depois foi tão grande, que fui procurar, entre os vários objectos que existem por cá, qual deles seria viável para o efeito.
A nossa casa de banho não é assim tão grande para termos baldes ou alguidares ao pé da banheira, de forma a que ninguém corra o risco de enfiar um pé lá dentro.
Lembrei-me do garrafão das festas. Temos um depósito de vidro de 3 L, com uma torneira, que usamos nas festas ou simplesmente quando temos muita gente cá em casa, em especial crianças. Nele colocamos um chá frio, sumos naturais ou, simplesmente, água, para as pessoas se servirem, sem terem que ir em romaria à cozinha. Trouxe o garrafão para a casa de banho e agora, em todos os banhos, recuperamos a água inicial necessária, até chegar à temperatura que queremos. Trouxe o depósito para a minha secretária e tenho-o usado todos os dias. É util por 3 motivos:
- sempre que olho para ela, é inevitável esboçar um sorriso, ao lembrar-me do meu filho e da sua curiosidade natural, que nos impulsiona a sermos melhores pais
- de facto, recuperamos 3 litros de água que, de outra forma, se desperdiçariam
- obrigo-me a beber muito mais água do que é habitual, porque já nao há a desculpa da preguiça de levantar para ir encher o cantil
Neste caso, foi o E. quem nos educou para a sustentabilidade e não o contrário. E isso é a coisa mais espetacular que pode acontecer!